Chega o fim do ano e, com ele, a expectativa pelo 13° salário. Com esse dinheiro extra, que normalmente é pago em duas parcelas nos dias 30 de novembro e 20 de dezembro, os trabalhadores brasileiros podem fazer as compras de Natal, pagar dívidas, poupar e até empreender.
De acordo com Wagner Paludetto, consultor do Sebrae-SP, é possível começar o próprio negócio com o salário adicional de fim de ano, desde que a empresa tenha um planejamento bastante estruturado. “Quem não se prepara desde o começo tem muita chance de fracassar”, afirma.
De acordo com Paludetto, há pontos essenciais que empreendedores em potencial devem levar em conta ao usar o 13° para criar um negócio. Confira:
1. Veja se realmente vale a pena
Antes de tudo, para o consultor, pessoas endividadas devem adiar o sonho de empreender. “É altamente improvável que alguém com dívidas tenha condições de pagar o que deve, estruturar um negócio e prosperar. Nossa orientação é que o interessado em empreender se organize financeiramente e, após isso, planeje a abertura do próprio negócio”, afirma ele.
Se a pessoa não estiver confiante o suficiente para empreender ainda, Paludetto aconselha que o 13° seja realocado para algum tipo de investimento. “Nem precisa ser nada complexo. Colocar o dinheiro no tesouro direto ou no CDB fará seu dinheiro render. Dependendo do perfil do empreendedor em potencial, investir pode ser o melhor caminho”, diz Paludetto.
2. Planeje
De acordo com o consultor do Sebrae-SP, o planejamento é um recurso importante para quem empreende, especialmente quem tem recursos escassos. “Deve-se primeiro tirar as ideias da cabeça e pensar em ideias de negócio. Depois, a dica é escolher uma área que o empreendedor já domina, o que pode aumentar as chances de sucesso.”
Com o negócio escolhido, o empreendedor deve pensar no objetivo que almeja em sua empreitada. “A recomendação é que o empreendedor veja, a partir de suas condições financeiras, aonde quer chegar, sem dar passos maiores que a perna. Se o dinheiro não der, vale diminuir as metas ou mudar de área”, diz Paludetto.
3. Conte com o apoio de sua família
Se alguém recebe o 13° e quer abrir um negócio, espera-se, pelo menos na maioria dos casos, que o empreendedor conciliará seu emprego a essa atividade paralela. Por isso, é importante relembrar que essa “jornada dupla” vai afetar a rotina.
Um dos maiores impactos será sentido pela família do empreendedor. “O tempo passado com a família pode ser usado na gestão do negócio. É importante contar com a compreensão e com o apoio das pessoas queridas nestes momentos”, afirma Paludetto.
4. Tenha muita disciplina financeira
Paludetto diz que um dos segredos para multiplicar ganhos em um negócio com pouco dinheiro é reinvestir o máximo possível dos lucros na empresa. “Para crescer, é preciso ter recursos. Tire o mínimo possível dos lucros da sua empresa. Use o que faturou para comprar mais produtos”, diz.
5. Fuja dos bancos
Falando em finanças, Paludetto afirma que o ideal é não pedir ajuda a bancos no começo de uma empresa criada com o dinheiro do 13°. “O empréstimo traz um peso muito grande para um empreendedor iniciante. Por isso é bom planejar.”
Se realmente for preciso buscar dinheiro, o consultor recomenda que o empreendedor venda ou penhore algum bem. “Assim, não haverá juros. Ninguém irá cobrar o empreendedor”, diz.
Fonte: http://revistapegn.globo.com/Como-abrir-uma-empresa/noticia/2016/11/como-empreender-usando-o-13-salario.html Em 18/11/2016.