VI Semana Socioambiental: veja como foi

VI Semana Socioambiental: veja como foi

  

           Em um processo de constante inovação, a Faculdade ISEPE alcançou um novo patamar ao promover seu primeiro evento completamente virtualizado. A VI Semana Socioambiental, realizado nos dias 2 e 3 de junho, trouxe para a esfera pública, importantes discussões sobre os sistemas ambientais de nossa região e as atividades que delas se desenvolvem. 

 

            Ao longo dos dois dias de debates, as lives tiveram mais de 600 acessos, superando as expectativas da organização e confirmando a importância dos diálogos para  a população, que compareceu para webinários sobre a ostreicultura como alternativa sustentável para geração de renda e turismo no litoral paranaense e os desafios da produção e comercialização das bananas do Cubatão, em Guaratuba.

 

            “Acho que superou as nossas expectativas, foi incrível nosso evento. Nós fizemos um trabalho em equipe nesse pouco tempo. Então, foi maravilhoso e saiu melhor do que a gente esperava. Principalmente por ser o primeiro evento no formato virtual. Valeu a pena”, comenta a professora Petriane Perla Tybur, integrante da equipe organizadora do evento.

 

            Para o professor Fabiano Cecílio, o evento ganhou uma maior capilaridade com a adoção da abordagem virtual para esta edição: “Temos uma grande oportunidade. [O evento] estará disponível para todo mundo poder ver de suas casas, com bastante clareza. A maior importância é que todos têm a ganhar no que se refere a entender como funciona a nossa potencialidade — o município de Guaratuba e o Litoral, como um todo — com relação a essas questões socioambientais”, comentou no programa Conexão ISEPE.

  

            Abrindo a primeira noite do evento, o diretor da Instituição Luiz Michaliszyn ressaltou o desafio e a satisfação de quebrar paradigmas e levar para o ambiente online, um encontro já tradicional para a comunidade acadêmica: “é um formato interessante porque elimina a distância”, afirmou. O diretor ainda destacou a importância do engajamento dos que participaram, como também a importância do tema e da iniciativa. “Podemos verificar questões importantes para o desenvolvimento de nossa cidade e de nossos acadêmicos.”

 

            Com um público diverso, a organização do evento orientou convidados, alunos e professores quanto às posturas e demandas do acesso. Os preletores, por sua vez, responderam a perguntas que aproximam toda a população de atividades que integram a dinâmica da região mas que muitas vezes são pouco conhecidas.

 

            O primeiro painel realizado contou com a mediação do professor Fabiano Cecílio e a presença de Clivor Kuka, biólogo e fiscal do Meio Ambiente no município de Matinhos, Nereu de Oliveira, produtor de ostras e proprietário do Sítio Sambaqui Ostras, e também de Rodrigo Aguiar, engenheiro de pesca e profissional de extensão rural. Em pauta, o panorama da ostreicultura na região. Atividade em crescimento no município, a produção de ostras vem ganhando atenção. Passando pelas novas perspectivas para o consumo de proteínas, questões técnicas e a sustentabilidade do cultivo de ostras, a conversa atuou como um serviço de divulgação do conhecimento sobre a maricultura da região.

 

            Nereu de Oliveira destacou a importância dos maricultores (nome dado aos produtores de ostras) para a preservação do ecossistema, visto que a qualidade de sua produção está intimamente ligada à condição do ambiente de cultivo. “O maricultor acaba sendo um fiscal da natureza”, comenta.

 

            Já na segunda noite do evento, a bananicultura foi o tema de um encontro esclarecedor sobre as relações ambientais, comerciais e sociais que acompanham a produção da fruta. Mediado pela professora Mariana Carolina Teixeira, participaram do debate, Elaine Correa, engenheira agrônoma e bananicultora, Manoel Flores Lesama, agrônomo e professor da UFPR no Litoral, Daniel Muraro, engenheiro agrônomo e fiscal de defesa agropecuária do estado do Paraná. Rodrigo Aguiar e Clivor Kuka marcaram presença nos diálogos.

 

            Seguindo os moldes da primeira noite, o encontro criou uma importante ponte entre a perspectiva ambiental e a compreensão geral sobre o debate. Com a contribuição de todos os presentes, o evento elucidou muitas dúvidas que envolvem o processo de produção e seus desafios. Para Kuka, o encontro foi construtivo para um debate de interesse para a região: “Foi algo que agregou e muito o conhecimento sobre a produção da banana em si. Mudou meu paradigma”.

 

            Respondendo a perguntas enviadas anteriormente por alunos e também pelo chat da plataforma de videoconferência, uma nova perspectiva sobre a bananicultura pôde ser apresentada. “A banana é um elemento central dentro dos sistemas da região”, observa Lesama.

 

            Com mais de 12 anos de experiência, Correa aproximou a comunidade acadêmica e demais convidados à realidade da produção de banana da região, como os desafios em comercializar o produto no próprio município e a importância da produção para a permanência de muitas famílias na região, como também destacou Muraro, em vídeo. De acordo com Correa, cerca de 400 famílias são diretamente beneficiadas com a produção de bananas na região do Cubatão.

 

            Os impasses da modernidade também foram abordados ao longo do evento, trazendo a tona novas questões que se desenvolvem com o avanço tecnológico e precisam ser pensadas ao lado do prisma ambiental. De acordo com a engenheira agrônoma, o melhor caminho é o conhecimento. “O embate entre agricultura e meio ambiente pode ficar acirrado. Mas apenas através da informação e da capacitação dos produtores, poderemos encontrar soluções para todos”, comentou.

 

            O evento, em sua 6ª edição, propôs novas maneiras de nos conectarmos e o resultado foi reconhecido pelo público e pela organização. No chat, acadêmicos congratularam a Instituição pela iniciativa: “Faculdade Isepe sempre abordando assuntos sobre nossa bela Guaratuba e região! Parabéns!”, parabenizou Aline Borba. “Nos coloca na vanguarda do conhecimento”, cravou Lázaro Luz. “Isso não seria se possível se não fosse o empenho de todos os professores e acadêmicos”, avaliou Luiz Michaliszyn. “Atingiu mais uma vez os seus objetivos e contribuiu para criar espaços”, finaliza o diretor. Para o próximo semestre, uma nova edição está prevista e deve contar com novos convidados e debates.

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